Boia Peça do Mês no Museu dos Rios e das Artes Marítimas

Uma das propriedades da cortiça é flutuar e, desde muito cedo, esta propriedade foi aproveitada para a construção de boias e utilizada na pesca.

É o caso desta boia grande, que agora está em destaque na Peça do Mês no Museu dos Rios e das Artes Marítimas, constituída por 3 placas de cortiça sobrepostas e unidas por um pau de madeira que espeta nelas, sendo muito utilizada pelos pescadores para pescar o sável.

A rede era colocada na água e deixada ao sabor da corrente, nas zonas mais largas do rio, indo numa extremidade da rede o barco e na outra extremidade a boia. Se a pesca fosse noturna, era atado um candeeiro aceso ao pau, para indicar o fim da rede ao pescador. Mas também servia para o avisar caso surgissem obstáculos no andamento da rede, o que que poderia provocar o seu afundamento ou a sua inclinação e neste caso o pescador deixava de ver o fim da rede, o que era mau sinal. Quando isto acontecia, o pescador era obrigado a puxar a rede para saber a causa da posição da boia e do candeeiro e muitas vezes tinha de a partir, podendo perder a boia e o candeeiro, e recomeçar a pescaria novamente.

Esta boia está marcada na primeira placa com uma estrela de cinco pontas porque, possivelmente, o proprietário não saberia ler nem escrever, mas marcou-a para a identificarem como sua.

Recorde-se que A Peça do mês está exposta numa das salas do museu, onde pode ser apreciada e a sua divulgação é efetuada através das páginas de Facebook do Museu dos Rios e das Artes Marítimas e do Município de Constância.